Pronto: há governo. A questão é como consertar o motor deste aparelho grandioso, complexo e desafiador. Terminada a fase das promessas de soluções mágicas e dos ataques raivosos, vamos ver o que se tem para o almoço. Observemos quais serão as medidas de geração de renda e de progresso. O jogo é o seguinte: não vale aumentar tributos. Não vale criar novos tributos. E não vale cortar investimentos. Ou seja, tem que governar, no sentido mais amplo da palavra. Vale pensar, vale executar, vale gerir. A economia é a mãe das soluções. O pressuposto do sucesso. O início e o fim de qualquer estratégia, porque é dela que vem o insumo para todo e qualquer investimento, seja ele em saúde, educação, infraestrutura, ou mesmo para os programas sociais.
Todos que buscaram saídas alternativas para a salvação do Brasil deram com os burros n'água. Não adianta autoritarismo, grito, bravata. Como também não adiantaria romantismo. A questão é que o Brasil tem que atrair investimentos, e não de especuladores, mas de empresários, que tem empresas, que geram empregos. Gente que tem que ver entusiasmo no governo, qualidade na mão de obra, e segurança jurídica nas leis brasileiras, para investir aqui. Mesmo o investidor interno, o brasileiro, que conhece essa selva de normas, não quer mais investir em sua pátria. Tem medo. Medo do judiciário confuso, do governo corrupto, do mercado instável.
Há tantos locais melhores, mais simples e com retorno mais garantido, que não vale a pena arriscar neste trópico. Essa desordem crônica transformou um dos maiores mercados do mundo em figura secundária no cenário global. Só é lembrado pelo seu monstruoso número de consumidores. De resto, é marginal. Não figura na tecnologia, na inovação, na competitividade. Só commodities, algumas exceções na indústria, e nada mais. A reação tem que ser direcionada, num primeiro momento, a isso.
Infelizmente, porque é claro que o desejo de qualquer mente sã seria uma enxurrada de investimentos sociais, que pudessem completar o ciclo de retirada de milhões de pessoas da miséria, inclusão no mercado de trabalho, e obtenção de dignidade. Mas o foco agora será este, a economia. Tributos pagáveis, estradas transitáveis, segurança jurídica nas relações de trabalho, moeda estabilizada. Atração de investimentos, para recolocar o Brasil na estrada dos países desenvolvidos. É o que se espera, e é para o que se torce.